“Bens produzidos necessitam ter relevância social”
Há 20 anos, a teoria econômica preconizava que, se cada agente usasse suas competências para satisfazer os consumidores e se houvesse liberdade, sem intervenções do Estado, tudo funcionaria bem. "Esse raciocínio, aceitável num mundo de 3 bilhões de habitantes, não funciona num planeta que logo terá 10 bilhões de pessoas ", diz Ricardo Abramovay, professor titular do Departamento de Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da USP. Abramovay é filósofo, mas muitos o tomam por economista. Ele dedicou-se a entender as razões pelas quais a sociedade atual está produzindo, e as conclusões estão em seu novo livro: "Muito Além da Economia Verde", lançado pela Editora Planeta Sustentável. Nele, o professor propõe uma economia capaz de criar bens que tenham relevância para a sociedade e para a comunidade. "Isso não significa renunciar à vocação natural que é obter lucro. Mas as empresas terão, de agora em diante, que obter lucro oferecendo prod