Nasa inaugura novas técnicas para medir derretimento de gelo polar

Sol nasce sobre gelo fino que cobre o Oceano Ártico, em região próxima ao Estreito da Dinamarca (Foto: Nasa/Divulgação)
Raios laser, radar e voos são usados para medir área congelada do mar.
Derretimento no Oceano Ártico bateu recorde de 33 anos, afirma Nasa.

Cientistas da agência espacial americana (Nasa) que atuam no projeto "IceBridge" ("Ponte de Gelo", na tradução do inglês), de monitoramento do gelo dos polos e efeitos do aquecimento global, criaram novas técnicas que têm acelerado o processamento de dados sobre estas regiões do planeta.

Usando os novos métodos, os cientistas puderam liberar nas últimas semanas informações sobre o derretimento das calotas polares antes do prazo previsto para o término do projeto, no fim de 2012. Na segunda-feira (27), por exemplo, a agência espacial informou que o degelo no Oceano Ártico no domingo (26) bateu recorde e foi o maior já registrado em 33 anos, desde 1979.

Como funciona
A medição do degelo é feita pela interação complexa entre dois sistemas, o oceano e a atmosfera, diz a Nasa. A análise exige olhar para a espessura das camadas congeladas no mar para saber o quanto já foi perdido. A maior porção deste gelo está escondida sob a superfície.

A Nasa têm usado sobrevoos de pesquisa, imagens de satélite, medições por radar do "IceBridge" e um equipamento que emite raios laser para medir a profundidade do gelo.

A novidade é o ATM (Mapeamento Topográfico Aéreo "IceBridge", na tradução da sigla do ingês), nome do equipamento laser, cujo resultado é subtraído das medições por radar para saber a verdadeira espessura da camada.

A intenção do projeto é entender os efeitos e por que ocorre o derretimento do gelo, afirmam os pesquisadores, que têm estudado o fenômeno no Ártico nos últimos anos. Os pontos de maior e menor degelo no Oceano Ártico variam ano a ano, com o máximo de congelamento em março e o mínimo em setembro, em média, de acordo com a Nasa.

Menos gelo
Os pesquisadores são enfáticos em dizer que há menos gelo no Ártico a cada ano. O recuo na cobertura congelada já está afetando a vida terrestre e marinha na área e acelerando o aquecimento global, segundo a Nasa.

A última vez que houve um degelo tão grande quanto o registrado no domingo (26) no Oceano Ártico foi no dia em 18 de setembro de 2007, e ainda assim a porção congelada era maior do que agora.

A camada de gelo no Oceano Ártico chegou a 4,1 milhões de quilômetros quadrados neste domingo (26), 70 mil a menos do que a medição em 2007, quando a extensão do gelo no Ártico era de 4,17 milhões de quilômetros quadrados.

A mudança na quantidade de gelo nos oceanos é um indicador sensível de mudanças climáticas em todo o planeta, de acordo com cientistas da agência espacial.

Fonte: G1

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