Congresso de contabilidade aborda economia sustentável no Pará
Participam do evento Bill Clinton e o astronauta brasileiro Marcos Pontes.
Congresso será realizado entre os dias 26 e 29 de agosto, em Belém.
Belém recebe entre os dias 26 e 29 de agosto o 19º Congresso Brasileiro de Contabilidade, que trará uma série de palestras abordando sustentabilidade e economia verde. O evento, que é realizado uma vez a cada quatro anos, terá como convidados o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, o astrounauta brasileiro Marcos Pontes e uma série de especialistas que irão abordar como a contabilidade pode contribuir para o desenvolvimento sustentável.
A temática do evento aponta para uma mudança de mentalidade no mercado: além de buscar o lucro, as empresas precisam se preocupar com o meio ambiente para preservar a natureza e a cadeia produtiva. Mais do que uma jogada de marketing, inciativas de sustentabilidade se tornam um diferencial na hora de fazer negócios, e o estado do Pará já apresenta bons exemplos de como produzir e lucrar com a preservação ambiental.
Aproveitamento de resíduos
Uma iniciativa bem-sucedida no estado é o programa "Bolsa de resíduos", promovido pela Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). Criado em 2011 em várias federações com o apoio da CNI, Confederação Nacional da Indústria, o programa tem como objetivo articular o setor produtivo para o reaproveitamento de resíduos.
A iniciativa funciona da seguinte forma: toda atividade produtiva gera subprodutos, que muitas vezes não são aproveitados pela indústria responsável pela produção. Porém, em vez de descartar este material, o produtor pode se cadastrar no site do programa, onde é possível trocar informações com outras indústrias, e encontrar compradores para o que seria lixo no seu local de origem.
Segundo Deryck Martins, diretor do programa, a iniciativa permite a utilização de resíduos como matéria-prima para a indústria paraense, preservando os recursos naturais e gerando novas fontes de renda para as indústrias através da chamada "Economia verde".
"O Bolsa de resíduos é uma pequena iniciativa que permite mudarmos o paradigma que resíduo é lixo, e ver de uma forma mais abrangente, entendendo que, quanto mais otimizarmos um determinado produto, material ou substância, estamos diminuindo a necessidade de buscar mais na natureza, respeitando o equilíbrio ecossistêmico e permitindo que as próximas gerações também o usufruam", explica Martins.
Madeira sustentável
Ações de sustentabilidade fazem parte da rotina na madeireira Ebata. Lá, o material processado vem de áreas de manejo florestal, onde existe um trabalho para que o impacto ambiental do corte de árvores seja reduzido. A empresa também conta com um programa de reflorestamento no município de Rurópolis, no sudoeste do Pará, onde já foram plantadas mais de 200 mil árvores exóticas e nativas desde 2001.
O aproveitamento de resíduos também é uma preocupação da madeireira, que utiliza materiais como serragem e pequenos pedaços de madeira, sem valor comercial, para gerar energia. Além disso, a empresa conta ainda com o apoio de uma cooperativa de reciclagem de Belém, para quem doa embalagens plásticas sem utilidade, que são empregadas na confecção de cestos pelos cooperados.
As práticas, além de ambientalmente responsáveis, abrem portas para novos mercados. "O principal motivo para esta prática sustentável é que existem alguns mercados onde conseguimos vender por termos como provar para os clientes que utilizamos práticas de extração com impacto reduzido", afirma Leônidas Dahás, diretor de tecnologia e meio ambiente da Ebata.
Economia verde e lucrativa
Segundo Dahás, as práticas sustentáveis podem dimunuir custos - a geração de energia à partir de resíduos, por exemplo, foi responvável pela redução de 20% na conta de eletricidade da fábrica. Além disso, o fato dos consumidores estarem mais preocupados com a natureza faz com que as empresas que adotem práticas sustentáveis tenham um diferencial nos lucros.
"A cada ano que passa, a consciência ambiental do consumidor melhora. E este consumidor está atrás de empresas que não destruam o meio ambiente para produzir. Quando nossos clientes vendem nossos produtos de madeira para o consumidor final, eles tem como provar que nenhuma árvore foi extraída e maneira incorreta e sem a autorização do governo. Isto faz com que tenhamos mais clientes que a média do setor, e possamos inclusive vender com um preço acima do praticado no mercado", avalia.
Para Deryck Martins, a expansão de ações como esta no estado são perfeitamente viáveis. "Acredito que é possível apoiar e desenvolver economia verde no estado do Pará. Diminuímos o desperdício e diminuímos o impacto ambiental através da agregação de valor dos produtos, que ainda podem vir a gerar novas fontes de renda. E o meio ambiente agradece", completa.
Serviço: O 19º Congresso Brasileiro de Contabilidade será realizado entre os dias 26 e 29 de agosto, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A programação completa do evento pode ser encontrada no site do evento.
Fonte: G1
#economiasustentavel
Comentários
Postar um comentário