Mexendo no problema errado


Não é questão de nacionalidade: um dos maiores médicos do Brasil foi um ucraniano, Noel Nutels, que levou a saúde pública às áreas indígenas da Amazônia.

A questão é outra: é que o Governo criou  uma enorme polêmica por achar que Saúde é Medicina. E não é: Medicina é a última etapa na luta pela Saúde.

A Saúde começa pela engenharia - saneamento básico. A água potável e os esgotos reduzem o número  de doentes (e derrubam a taxa mortalidade infantil).

Educação é o segundo passo: quem lava as mãos e cuida da higiene básica, mantém o mosquito da dengue à distância, assegura a limpeza dos animais domésticos e cuida de seu lixo tem mais condições de evitar doenças. 

Condições de vida são importantes: roupas e calçados minimamente adequados, alimentação suficiente e moradia saudável fazem milagres.

Se uma pessoa educada, com acesso a saneamento básico, alimentação e moradia, devidamente vacinada, mesmo assim fica doente, então sim cabe à Medicina cumprir seu nobre e insubstituível papel  de cura.

Em resumo, não adianta trazer grandes especialistas mundiais sem que a população tenha condições adequadas de vida. Tem? Não, não tem.

E não falemos de periferias: aqui mesmo, Guarulhos, na Grande São Paulo, segunda maior cidade do Estado e 13ª do país, com 1,2 milhão de habitantes, onde está o maior aeroporto  internacional do país, não trata nem metade dos esgotos que lança no rio  Tietê.

A propósito: sem seringas, termômetro, medidor de pressão, medidor de glicemia e remédios, que é que se espera de um médico? Milagres?

Por Carlos Brickman

Comentários

  1. Algo q os políticos tupiniquins não querem entender é q o primeiro índice que revela um país desenvolvido é o saneamento básico, mas como esgoto é obra não dá voto...

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