Europa tem que cortar emissões em 55% até 2030, aponta ONG

Emissões na França (Foto: Joel Saget/AFP)
Estudo feito pelo Greenpeace considera falhas em mercado de carbono.
Estaria mais barato poluir do que investir em tecnologias limpas na UE.

Estudo divulgado nesta terça-feira (11) pela organização não-governamental Greenpeace aponta que a União Europeia terá que realizar um novo corte de 7% nas emissões de CO2 até 2030, para compensar a falha do mercado de crédito de carbono e fazer com que as medidas ambientais sejam realmente eficazes.

O estudo foca na definição dos objetivos ambientais do bloco para os próximos 17 anos e aponta que os cálculos apresentados pela Comissão Ambiental da União Europeia estão equivocados.

Em março, o bloco afirmou que será necessário cortar em 40% as emissões de CO2 nos países que integram a UE. Em maio, o Reino Unido considerou que o corte de emissões chegaria a 50% para o mesmo período.

No entanto, o Greenpeace afirma que a meta apropriada para 2030 é de reduzir em ao menos 55% as emissões de gases-estufa, número que inclui os 7% provenientes do déficit do mercado de carbono.

Niklas Hohne, diretor da Ecofys, empresa responsável pela elaboração do estudo, disse que o bloco europeu precisa de uma meta mais rígida se quiser manter vivo o sistema comunitário de comércio de direitos de emissão e evitar os danos da mudança climática.

Chamado em inglês de ETS, o sistema abrange 11 mil instalações industriais de 31 países europeus e não estaria funcionado como esperado.

O colapso do preço do carbono impediu que as negociações fossem feitas com sucesso e causou um efeito reverso: está mais barato poluir do que investir em tecnologias de produção limpa.

Recorde de emissões em 2012
As emissões de CO2 (dióxido de carbono) em todo o mundo aumentaram 1,4% em 2012, nível considerado recorde pela Agência Internacional de Energia (AIE), que divulgou relatório nesta segunda-feira (10).

Segundo o órgão, foi registrada a emissão total de 31,6 gigatoneladas de gases-estufa no ano passado. No entanto, apesar da alta, há diferenças regionais, com países reduzindo seus índices e outros aumentando.

A China foi quem mais emitiu gases-estufa e contribuiu para o crescimento global. De acordo com o relatório, foi expelido um adicional de 300 milhões de toneladas de gases em relação ao ano de 2011.

No entanto, o aumento foi considerado baixo se comparado com períodos anteriores devido aos investimentos pesados que o país asiático fez na última década para adotar fontes renováveis e melhorar a eficiência energética.

Nos Estados Unidos, a substituição de usinas de carvão por tecnologias que usam gás natural na geração de energia ajudou a reduzir as emissões em 200 milhões de toneladas nos últimos anos, trazendo-as de volta ao nível de meados de 1990.

Na Europa, a desaceleração da economia em decorrência da crise e o crescimento do uso de fontes renováveis -- além de políticas que restringem as emissões provenientes da indústria -- fizeram o continente reduzir em 50 milhões de toneladas de CO2.

Emissões do Japão, entretanto, aumentaram em 70 milhões de toneladas, ou 5,8%, enquanto os esforços para melhorar a eficiência energética não conseguiram compensar o aumento da utilização de combustíveis fósseis, após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, disse a AIE.

Fonte: G1

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