Dia Mundial da Água: ONU quer acabar com 'tabu dos banheiros'


A ONU lançou nesta sexta-feira, Dia Mundial da Água, uma campanha para tentar terminar com o mortal 'tabu dos banheiros' e melhorar o acesso a instalações sanitárias para as 2,5 bilhões de pessoas que não as utilizam, uma causa importante de problemas de saúde.

A iniciativa busca reduzir a triste estatística de 3.000 crianças menores de cinco anos que morrem diariamente por doenças resultantes da ingestão de água não apta para o consumo, como a cólera ou a disenteria.

'É uma catástrofe silenciosa que merece toda a nossa atenção', disse o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson.

'Há um tabu no que se refere aos banheiros e à defecação ao ar livre', acrescentou Eliasson, recordando um discurso diante da Assembleia Geral da ONU em 2010.

'Havia comentários em voz baixa entre os presentes. Terminei meu discurso com a palavra 'banheiros'. Não é muito comum na ONU. A palavra que vou empregar cada vez mais a partir de agora é 'defecação ao ar livre'', disse.

Esta é uma prática corrente para milhares de pessoas nos países pobres, obrigadas a fazer suas necessidades ao ar livre.

'Podem imaginar a falta de dignidade deste ato, o risco de ser estuprada se for uma mulher ou uma jovem quando sai à noite, assim como também o risco para a saúde e o meio ambiente', acrescentou o diplomata sueco.

Um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sobre a saúde e a pobreza, estabelecidos no ano 2000, era diminuir em 50% o número de pessoas que não têm acesso a banheiros com água potável para 2015.

Este objetivo está muito longe de se concretizar: ao ritmo anual, nada será alcançado até 2075.

'É um tabu com o qual queremos terminar. É um problema para 2,5 bilhões de pessoas', insistiu Eliasson.

A ONU quer alcançar em 2025 aquele objetivo marcado em 2000. O grupo WaterAid estima que 2030 é uma data mais realista, mas para cumprir com isso são exigidos dezenas de bilhões de dólares de investimentos.

Segundo Eliasson, os governos devem gastar mais em investimentos sanitários e a construção de banheiros precisa ser uma prioridade. Também é preciso educar a população para evitar doenças.

Fonte: G1

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