Vale quer reduzir seus ativos em energia suja

A Vale traçou a meta de reduzir as emissões de gás carbônico em 5% até 2020. Para alcançá-la, investe em novas energias renováveis --eólica e biodiesel-- e reavalia investimentos em gás natural.

Após decidir pôr à venda participações em blocos de exploração de petróleo e gás, a empresa indica que pode ficar em alguns projetos de gás.

Segundo Vânia Somavilla, diretora-executiva de sustentabilidade e energia da Vale, a mineradora "quer usar gás, que é um combustível de transição" --o mais limpo entre os fósseis. "Os projetos de exploração de petróleo são intensivos em capital. Nosso foco é em gás."

Em maio, a Vale contratou dois bancos estrangeiros para assessorá-la na venda de participações de 19 blocos de óleo e gás.

Murilo Ferreira, presidente da Vale, ressaltou que a prioridade continua sendo minério de ferro, carvão, níquel, cobre e fertilizantes.

Os investimentos em energia são para dar suporte às operações e à expansão da companhia. Atualmente, a Vale produz 50% da energia que consome.

Também para limpar sua matriz energética, a empresa investirá US$ 500 milhões até 2015 em um complexo de produção de biodiesel a partir do óleo de palma (dendê) no nordeste do Pará.

Na mesma linha, a empresa anunciou na semana passada a construção de dois parques eólicos no Rio Grande do Norte.

A primeira usina de processamento de óleo de palma foi inaugurada ontem. Em 2015, outra entrará em operação com uma unidade para converter o óleo em biodiesel.

A partir daquele ano, a Vale passará a usar em locomotivas de transporte de minério e outros equipamentos diesel com 20% de biodiesel de palma. Hoje, a mistura é de 5%, com a soja como principal matéria-prima.

Enquanto não fica pronta a unidade de biodiesel, o óleo da primeira usina será vendido ao mercado --o produto é usado nas indústrias de alimentos e de cosméticos.

O projeto é conduzido pela Biopalma, empresa na qual a Vale tem 70%, em sociedade com o grupo MSP. Até 2013, serão plantados 80 mil hectares de palma em áreas devastadas. Outros 90 mil hectares comporão uma reserva legal e área de preservação.

Fonte: Folha.com

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