Vale dos Esquecidos, filme que estreia nos cinemas dia 20 de abril
O documentário Vale dos Esquecidos estreia nas salas de cinema de São Paulo e Rio de Janeiro no dia 20 de abril. Depois de participar com sucesso dos festivais Hot Docs, no Canadá; Chicago Film Festival, nos Estados Unidos; É Tudo Verdade e do Festival do Rio, a produção que retrata o conflito entre índios Xavantes, posseiros e fazendeiros na área da Amazônia no nordeste do Mato Grosso chega às telas dos cinemas.
O primeiro longa-metragem dirigido por Maria Raduan aborda a disputa, que já dura 46 anos, pela região considerada o maior latifúndio do mundo na década de 70, conhecida como a Fazenda Suiá-Missú, cuja área é equivalente a 252 vezes a ilha de Manhattan.
A caótica situação revela índios expulsos das suas origens, posseiros na busca por um pedaço de terra, grileiros invasores, sem-terras à espera de decisões políticas e fazendeiros na luta por suas propriedades. A violência e o fogo na mata são os meios usados para defender os interesses destes grupos rivais.
Em 2010, a Justiça Federal determinou que a região é dos índios. Todos os demais deveriam desocupar o local, mas os fazendeiros recusam-se. Eles mostram escrituras registradas em cartório, consideradas sem valor pelo Ministério Publico Federal.
Com roteiro assinado por Felipe Braga e Maria Raduan, direção de fotografia de Sylvestre Campe, montagem de Jordana Berg, produção de Rodrigo Teixeira e trilha sonora de Almir Sater, Vale dos Esquecidos é a história de um pedaço do Brasil em guerra contra si mesmo.
"A princípio queria entender a história dos índios e durante a filmagem percebi que existiam muitas outras variáveis. Seria impossível contá-la sem retratar as outras. Foi quando decidi que o Vale dos Esquecidos seria uma radiografia de como é a Amazônia no Brasil", explica Maria Raduan. Uma região "que foi esquecida pelas autoridades e é tão superficialmente retratada pela mídia. Uma realidade que me deixou curiosa e assustada", conta. "Mergulhei no conflito buscando entender os diferentes argumentos que formavam o impasse. Fiquei assustada com a violência e o abandono da gente que vive nesse recôndito perdido, e com a forma como o meio ambiente sempre foi uma das maiores vítimas desta guerra que usa o fogo como sua principal arma".
Apesar de trabalhos anteriores com o tema rural e a intimidade com o assunto, a diretora Maria Raduan encontrou novos desafios no Vale dos Esquecidos. O maior deles por causa da extensão do território - mais de 1.5 milhão de hectares. "Tudo era muito longe. Para sair de Goiânia e chegar até o Vale dos Esquecidos foram necessárias 14 horas de viagem", explica. O diretor de fotografia de Sylvestre Campe conseguiu dar sentido poético à monotonia de uma região desabitada, com grandes dimensões e repleta de queimadas. "Para sensibilizar a audiência, mesclo duas câmeras que definem a linguagem do filme: uma delas muito autêntica, quase amadora, e outra super estética e poética", explica. "O filme todo tem um tom quente e amarelo, pois o fogo é algo muito presente na vida daquelas pessoas e se transformou na principal arma de todos eles".
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, indicado duas vezes ao Prêmio Nobel, é um dos personagens do longa que tem ainda depoimentos do cacique Damião Paridzané, do líder Xavante Marawãtsède; de Dario Carneiro, funcionário da fazenda na época; do fazendeiro John Carter; do político Filemon Limoeiro; da líder dos sem-terra Rosa Silva, e do posseiro Neto Figueiredo.
Carreira em festivais brasileiros e internacionais
O documentário Vale dos Esquecidos percorreu importantes festivais e mostras de cinema nacionais e internacionais no ano de 2011. Em março, a produção participou da mostra competitiva da 16º edição do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade em São Paulo e no Rio de Janeiro. O Hot Docs, considerado o maior festival de documentários dos Estados Unidos e do Canadá, recebeu o filme em abril na cidade canadense de Toronto. "Um filme tão importante que conta uma grande história", afirmou Lee Ferdinand, Programador do 47º Chicago International Film Festival, evento que colocou Vale dos Esquecidos ao lado dos 12 mais importantes documentários do mundo em outubro. Em Chicago, Vale dos Esquecidos foi selecionado para a categoria Cinema of the Americas - Docufest Competition, na qual concorreu ao Gold Hugo, o prêmio mais importante do evento.
O Festival do Rio, maior festival de cinema da América Latina, também convidou a produção para participar da Mostra Expectativa em outubro. Vale dos Esquecidos foi privilegiado pelo evento que programou a primeira exibição do filme em uma sessão de gala no Cine Odeon Petrobras e outras exibições pelas salas do Ponto Cine, Estação Vivo Gávea e na escola comunitária Cinema Nosso, que contou com a visita do roteirista Felipe Braga. O documentário também marcou sua participação nas diversas atividades paralelas ao festival promovidas pela Oi para celebrar a parceria com o Festival do Rio e dar visibilidade aos filmes patrocinados pela Oi Futuro.
O Rio Market 2011, evento que apresentou trabalhos para os mais importantes profissionais da indústria audiovisual internacional, convidou Vale dos Esquecidos para participar do RioScreenings, no Cais do Porto. Televisões da América do Norte e do Oriente demonstraram interesse em exibir o filme. Após o lançamento nos cinemas, a produtora Tucura Filmes retomará as negociações.
Maria Raduan, Felipe Braga, Sylvestre Campe, Jordana Berg e Rodrigo Teixeira são os responsáveis pela produção
Maria Raduan é paulista e trabalhou de 1998 a 2001 no Departamento de Cinema da agência DM9DDB, na área de criação. Foi diretora da agência de publicidade Toró de 2002 a 2005. Como sócia fundadora, participou intensamente de todas as produções feitas pela agência que tinha como clientes a Brasil Telecom, Caloi, Blokos Construtora entre outros. Em 2006, realizou o documentário "Mulheres da Roça", que retrata o dia a dia de mulheres que vivem em áreas rurais do Brasil. Em 2007, finalizou o projeto "Rubico", um documentário biográfico sobre o pecuarista Rubico Carvalho, em que exerceu as funções de direção e produção.
Felipe Braga assina o roteiro com Maria Raduan. Nascido em 1979, no Rio de Janeiro, Brasil, é formado em História pela PUC-Rio, onde também completou seu doutorado em História Cultural, com um intercâmbio na Paris III- Sorbone Nouvelle, defendendo a tese sobre a cinematografia do século XIX. Roteirista com formação na New York University, Felipe trabalhou em filmes produzidos pela Conspiração Filmes e Warner Brothers de diretores com José Henrique Fonseca e Cláudio Torres. Roteirista da série Mandrake, produzida em 2005 e 2007 pela HBO Latin America – nomeada para o Emmy em 2006 e 2008 -, ele também escreveu o roteiro para Cabeça a Prêmio, filme dirigido por Marco Ricca em 2008. Com B1 - Tenorio em Pequim, documentário exibido em mais de 15 festivais pelo mundo, estreiou como diretor. Atualmente trabalha nos roteiros de Destino SP, série da HBO para 2012, Na Toca dos Leões, da O2 Filmes, e também na adaptação para o cinema da autobiografia de Lobão, pela RT Features.
Alemão radicado no Brasil há 18 anos, Sylvestre Campe é um entusiasta da diversidade biológica brasileira e acredita que a riqueza do país está nas zonas rurais e não nos centros urbanos. Dirige e fotografa longas-metragens, documentários e publicidade para televisão e cinema. Conquistou prêmios como dois Emmy Awards (EUA, 2006 e 2007), Gran Prêmio Máximo do Trento Film Festival (Italia, 2005), Prêmio José Lewgoy (Brasil, 2006) e Prêmio ABC (Associação Brasileira de Cinematografia, 2005) de melhor fotografia de filme publicitário, entre outros no Brasil e no exterior. Dirigiu e fotografou para canais brasileiros, como Rede Globo e GloboSat, para canais internacionais, como CBS, Discovery, e para várias emissoras européias como ZDF, ARTE, FRANCE5, M6.
Jordana Berg é montadora de diversos filmes brasileiros com grande destaque na área de documentários e sua parceria com Eduardo Coutinho. Entre seus principais filmes estão: "Uma Noite em 67", "Jogo de Cena", "Edifício Master" e "Babilônia 2000".
Rodrigo Teixeira é sócio e diretor criativo da RT Features. Em 2000, criou a marca Camisa 13 e se tornou produtor e diretor de criação da coleção editorial de mesmo nome. Foi produtor do premiado longa-metragem "O Cheiro do Ralo" (2007), dirigido por Heitor Dhalia e estrelado por Selton Mello. Foi também o produtor responsável pela microsserie "Amor em 4 Atos", inspirada em músicas do Chico Buarque e transmitida pela Rede Globo em janeiro de 2011. Atualmente, trabalha no lançamento do longa "Heleno", de José Henrique Fonseca, e no desenvolvimento e preparação de diversos outros projetos, entre eles o filme sobre a vida de Tim Maia.
Vale dos Esquecidos- Uma pesquisa extensa e os diferentes pontos de vista dos personagens da disputa
Por meio de um sólido trabalho de pesquisa, repleto de fotos raras, áudios da época, imagens atuais e depoimentos contundentes, o documentário pode causar polêmica pelo mérito de colocar de forma isenta e imparcial toda a complexidade do conflito: "Não há uma verdade e não acho possível apontar um único culpado. Há apenas uma constatação: o homem quer uma terra para chamar de sua e isso perpetua a luta pela posse", conclui Maria Raduan.
Vale dos Esquecidos explora os diversos mundos que existem na fronteira faroeste entre o Araguaia e a bacia amazônica, permeia cada um desses universos com a pretensão de entender a disputa por terra colocando-se no lugar de índios, posseiros, fazendeiros e sem-terra. O documentário confronta o posicionamento de cada um destes grupos, examinando uma parte do país em que a violência se firma como primeiro idioma e o fogo consome uma mata que queima há quase cinqüenta anos. Um relato sobre o desejo intrínseco do homem pela posse da terra, um retrato sobre a vida na Amazônia.
Os protagonistas do Vale
DAMIÃO PARIDZANÉ - Cacique
Seu pai foi um dos fundadores da aldeia Xavante Marawãtsède. Pouco tempo depois da compra da fazenda Suiá-Missú pelo Grupo Ometto uma missão salesiana transferiu, com o auxilio do governo e aviões da FAB, em 1966, os índios para uma região a 600 km da tribo. "Na hora do embarque eles nos cercavam como se fôssemos bois, nos empurravam para dentro do avião sem o nosso consentimento. Essa terra era nossa e fomos arrancados daqui", relata. Um dos maiores problemas que os índios enfrentam na região é a rejeição por parte de todos os outros grupos. Fazendeiros, grileiros e posseiros não os querem por perto, mas como eles são os primeiros habitantes do local, se recusam a sair da terra. "Eu sou a continuação dela [a terra indígena], é o meu passado... Aqui estão enterrados meus antepassados. Foi aqui que eu nasci, aqui é o meu lugar. A história do branco é muito bem contada, mas a verdade é que a justiça não chega aqui", afirma o cacique.
DARIO CARNEIRO - Administrador de fazenda
"Desde pequeno sonhava em viver uma vida selvagem e conhecer índios", conta o administrador. Aos 23 anos ele trabalhava no Grupo Ometto, que em 1966 havia comprado a fazenda Suiá-Missu, e foi transferido para trabalhar na propriedade. Foi o primeiro branco a fazer contato com a tribo Xavante Marawãtsède. Amistosos, os indígenas permitiam que Carneiro frequentasse a tribo, assim como os nativos costumavam visitá-lo na sede da fazenda. "A hora que pousamos os índios estavam lá na pista (…) eles não falavam português e não havia ninguém ali que falasse a língua deles (…) fui me entrosando com eles e no final tudo o que dizia respeito a índio na fazenda era comigo", relata.
DOM PEDRO CASALDÁLIGA - Bispo Emérito de São Félix do Araguaia
Pedro Casaldáliga nasceu em Balsareny (Barcelona) Catalunha, Espanha. Tornou-se missionário claretiano e foi sagrado sacerdote em Montjuich (Barcelona) em 1952. Chegou à região do Araguaia em 1968 como missionário claretiano e sua primeira impressão da região foi a falta de infraestrutura e da presença do Estado. Foi ordenado Bispo de São Felix do Araguaia (MT) em outubro de 1971. Sua primeira carta pastoral, relatando a realidade da prelazia e refletindo sobre o compromisso cristão em nome do Evangelho com a justiça e a paz intitulou-se: "Uma Igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social" (1971).
Mesmo como missionário acredita que a fé religiosa não pode ser imposta: "a fé imposta é uma inculturação violenta", argumenta. "A conversa dos grandes era: se ocupam a terra os posseiros e os sem-terra, amanhã essa terra é nossa. Se a ocupam os índios, nós perdemos essa terra", relata o Bispo sobre os fazendeiros da região e políticos do Mato Grosso que, segundo ele, estimularam a invasão da área da Suiá-Missu. "A terra dos índios, a terra dos fazendeiros, a terra dos sem-terra, dos posseiros e a terra dos peões que trabalhavam a favor da terra dos fazendeiros. Então a palavra terra passou a ser 'a' palavra", afirma o religioso.
FILEMON LIMOEIRO - prefeito de São Félix do Araguaia
Limoeiro é funcionário público em São Felix do Araguaia desde 1982.
Ele também comprou uma propriedade na área da Suiá-Missu e não teme ter que devolver a terra para os índios. "Comprei escriturada, para sair eles [o governo] vão ter que me indenizar… A Constituição me dá direito a propriedade, tenho registro e escritura", afirma Limoeiro que foi eleito prefeito de São Félix do Araguaia em 2009.
JONH CARTER - Fazendeiro
O norte-americano mudou-se para a região em 1996, junto com sua mulher brasileira, para cuidar de sua fazenda. Ele lutou como pôde para defender seu território do fogo e dos posseiros que tentaram invadir sua propriedade. "Eles [os posseiros] queimaram 4.200 hectares de floresta e mais 4.000 hectares de pastos. Perdemos tudo e tive que vender metade do nosso gado", conta no documentário. Carter acredita que há um movimento organizado de políticos, prefeitos, deputados e posseiros profissionais para dividir a terra e derrubar a floresta.
"A primeira vez que vim pra cá foi em 1993. A reserva inteira era uma só floresta e eu me apaixonei por ela. Vi uma onça preta atravessar correndo a estrada e um índio correndo nu atrás dela com um arco e flecha na mão e pensei: este é um lugar para mim", lembra. Recentemente, depois das filmagens, Carter vendeu suas terras devido às constantes ameaças de morte, mas profetizou: "na medida em que as pessoas forem conhecendo a história perceberão que não haverá solução sem que todos cheguem a um consenso".
NETO FIGUEIREDO - Posseiro
Vive entre o vilarejo de Posto da Mata e as terras de que tomou posse onde cultiva pimenta, jiló e outras hortaliças que comercializa em sua venda. Acredita que os índios são os responsáveis pela maior parte das queimadas.
Segundo o posseiro, após usufruir por cerca de 20 anos do território da extinta fazenda Suiá-Missu, a AGIP vendeu para os fazendeiros a parte das terras das quais possuía documentação e o excedente a 'posseirada' tomou conta. "Falo isso porque na época que meu tio era vice-prefeito viemos aqui para coordenar a invasão", admite. "Quem grila, não produz. Só comercializa terra. O posseiro trabalha e ele compra a terra de terceiros", defende.
ROSA SILVA - Líder sem-terra
Divide o espaço da sua casa, um barraco de madeira, lona e sapé, com mais vinte pessoas. Os sem-terra vivem em um acampamento com cerca de 1.200 famílias. Lutam contra as liminares que exigem a remoção das famílias que já estão estabelecidas no local e que mesmo em condições precárias criaram lavouras, pomares e pequenas criações de animais. Segundo eles são os fazendeiros os responsáveis pela pressão para tal desocupação.
GILBERTO REZENDE
Com a condição de regularizar a situação dos posseiros comprou da AGIP do Brasil cerca de 169 mil hectares de terra que pertenciam a fazenda Suiá-Missu. Ainda possui cerca de 70 mil hectares em situação pendente. "Se fosse tão ruim quanto algumas pessoas me julgam, como sobreviveria em meio a quase quinhentos posseiros? Eles já teriam me dado um tiro. Mas ando de peito aberto, não porto arma e o pessoal me acusa", defende-se. Rezende cobra uma taxa administrativa de acordo com o tamanho das propriedades para providenciar as escrituras. Alguns posseiros reclamam que o documento não tem valor legal.
O contexto histórico da região do Vale dos Esquecidos
O Estado do Mato Grosso ocupa uma área de 903.357 km2, a maior extensão territorial do país, e combina características de três biomas: Pantanal, Cerrado e Amazônia. Nos anos 70, o governo incentivava a ocupação da Amazônia e a exploração de riquezas naturais. Desta forma, o estado atraía trabalhadores agrícolas de outras regiões do país interessados numa das melhores áreas de colonização existentes na época. Neste contexto, surgiu a então maior fazenda do mundo, a Suiá-Missú, com 1,5 milhão de hectares.
O latifúndio foi criado pelo Grupo Ometto. A ação incluiu o trabalho forçado e a expulsão de diversos integrantes da tribo Xavante Marawãtsède, habitantes originais da região em 1966. Após o Grupo Ometto, o controle da fazenda foi passado para a empresa Liquifarm Agropecuária e, posteriormente nos anos 80, para a petrolífera italiana Agip do Brasil, que, em acordo com o governo nacional após a ECO 92, propôs a devolução das terras aos indígenas, resolução que até hoje não pode ser concretizada devido ao confronto regional entre índios, posseiros, grileiros e sem terra.
Os conflitos territoriais e os embates com a cultura indígena cresceram na mesma proporção que os problemas causados pela expansão demográfica em uma área geograficamente tão isolada: sistema de transporte precário, rodovias insuficientes, falta de saneamento básico, energia elétrica escassa, problemas de saúde e educação.
Para mais informações visite o site e o facebook: www.valedosesquecidos.com.br
FICHA TÉCNICA
Direção: Maria Raduan
Direção de fotografia: Sylvestre Campe
Edição: Jordana Berg
Roteiro: Maria Raduan e Felipe Braga
Trilha sonora: Almir Sater
Edição de áudio: Beto Ferraz e Rodrigo Ferrante
Produção: Rodrigo Teixeira e Maria Raduan
Realização: Tucura Filmes e RT Features
Fonte: Cris Brito Escritório de Comunicação
Ainda não vi o documentario e gostaria muito de ver-lo.
ResponderExcluirSerá que ele será exibido nos cinemas do Brasil?Por favor indiquem em que cinema ele esta em São Paulo.