Estiagem na região Sul atinge mais de 685 mil pessoas e põe safra de grãos em perigo
Fonte: UOL
Enquanto Rio de Janeiro e Minas Gerais sofrem com o excesso de chuvas, Rio Grande do Sul e Santa Catarina são castigados pela estiagem. Já são 103 municípios em situação de emergência nos dois Estados, totalizando 685.682 pessoas atingidas. Além disso, a safra de grãos corre perigo.
Em solo gaúcho, 54 cidades decretaram emergência, reunindo 302.717 mil habitantes. Outros 29 municípios emitiram Notificação Preliminar de Desastre (Nopred), procedimento que antecede o decreto.
Em Santa Catarina, 50 cidades estão em emergência, totalizando 382.965 pessoas afetadas. No Paraná, nenhuma cidade decretou emergência. Porém, desde dezembro já são oito cidades do sudoeste do Estado que enviaram notificações preliminares.
Rio Grande do Sul
Nesta quinta-feira, o governo gaúcho está reunido para estudar a emissão de um decreto de emergência coletivo. A medida foi sugerida pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para acelerar o acesso a programas da Defesa Civil e a liberação de recursos para os produtores prejudicados.
As regiões mais atingidas são a central e a noroeste, e as lavouras de milho, as mais prejudicadas. A estimativa é de que o prejuízo chegue a R$ 500 milhões, segundo o governador do Estado em exercício, Beto Grill. Entretanto, o dano pode ser maior: R$ 2 bilhões, levando em conta o buraco na cadeia produtiva e as medidas para recompor esse cenário.
As regiões mais atingidas são a central e a noroeste, e as lavouras de milho, as mais prejudicadas. A estimativa é de que o prejuízo chegue a R$ 500 milhões, segundo o governador do Estado em exercício, Beto Grill. Entretanto, o dano pode ser maior: R$ 2 bilhões, levando em conta o buraco na cadeia produtiva e as medidas para recompor esse cenário.
Santa Catarina
O governo do Estado está estudando medidas de emergência, como assegurar o abastecimento de água a pessoas e animais através do transporte de caminhões pipa até zonas críticas. Outra iniciativa é auxiliar os agricultores que correm perigo de perder suas plantações a iniciar os levantamentos e encaminhar pedidos à Defesa Civil, ao Ministério da Integração Nacional e aos bancos, para terem acesso a seguros.
Prognóstico preocupante
A Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) do Rio Grande do Sul divulgou, na tarde desta quinta-feira (5), dados coletados na segunda quinzena de dezembro que mostram que a cultura de milho já registra uma perda consolidada de 25,17 % em relação à previsão inicial.
Com isso, a produção do grão não deverá ultrapassar 3,97 milhões de toneladas em 2011, número 31,29 % menor que o do ano anterior, quando chegou a 5,77 milhões de toneladas.
Até agora, o milho e o feijão foram os mais atingidos pela estiagem, já que o percentual de lavouras em fases de floração e enchimento de grãos foi expressivo durante o mês de dezembro.
“Isso afetou seriamente a produtividade dessas culturas em algumas regiões”, explica o diretor técnico da Emater-RS, Gervásio Paulus. Em alguns pontos do Estado, a redução do rendimento médio do milho pode ter redução de 37 %.
Caso a estiagem persista, as lavouras de feijão também poderão ter perdas significativas. O grão já apresenta queda de 11,43 % em relação à estimativa inicial, de 81.639 toneladas, e de 22,27 % comparando-se com a safra 2011.
Caso a estiagem persista, as lavouras de feijão também poderão ter perdas significativas. O grão já apresenta queda de 11,43 % em relação à estimativa inicial, de 81.639 toneladas, e de 22,27 % comparando-se com a safra 2011.
Os danos podem se estender também às lavouras de soja. A Emater-RS estima redução de 4,09 % na expectativa inicial para a safra 2012, que era de 10.300.335 toneladas, e de 15,61 % em relação à safra 2011.
Mas caso esse cenário de seca se mantenha, a estimativa tende a piorar, visto que começa agora um período crítico para a soja. “Até o final deste mês cerca 40 % das lavouras entrarão em floração, fase extremamente sensível à falta de umidade no solo”, disse o engenheiro agrônomo da Emater-RS Gianfranco Bratta.
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