Amazônia perde em outubro área igual a 240 'Ibirapueras', diz Inpe

Fonte: G1 e Folha.com
Desmatamento e queimada registrados em setembro de 2010 na região de Lábrea, no Sul do estado do Amazonas. Sistema de medição do Inpe detectou devastação de 7 mil km² em 2010 (Foto: Divulgação/Greenpeace/Marizilda Cruppe/EVE )

Degradação da floresta em relação a setembro de 2011 aumentou 52%.
Pela primeira vez no ano, Rondônia foi o estado que mais desmatou bioma.


O desmatamento na Amazônia Legal aumentou 52% no mês de outubro em relação a setembro deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (29) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sediado em São José dos Campos (SP).
De acordo com levantamento, realizado pelo sistema de detecção do desmatamento em tempo real, o Deter, que utiliza imagens de satélite para visualizar a perda de vegetação no bioma, em outubro deste ano uma área de 385,56 km² de floresta foi derrubada, equivalente a 240 vezes o tamanho do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em setembro, perdeu-se 253,8 km² de floresta.
Comparado ao mesmo período do ano passado, o ritmo de degradação na Amazônia praticamente não se alterou, registrando uma leve queda. Segundo o Deter, no mesmo mês de 2010 o desmate foi de  388,86 km².
Estados
Segundo o Inpe, pela primeira vez no ano o estado de Rondônia aparece como a região que mais desmatou a floresta, com 128,59 km², área equivalente a sete vezes o tamanho da Ilha de Fernando de Noronha, localizada em Pernambuco.
Atrás de Rondônia vem o Pará, responsável por derrubar 119,39 km² de floresta, seguido do Mato Grosso, com 98,08 km². O estado do Amazonas aparece na quarta posição, com o desmate de 18,93 km². Em outubro, os satélites não conseguiram visualizar 17% da região de floresta devido à alta densidade de nuvens.
De janeiro a outubro deste ano, a floresta amazônica perdeu uma área de 2.221 km² de floresta, quase duas vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro.

Ibama estuda suspender pequenas multas ambientais

O Ibama vai propor um decreto para suspender a cobrança de pequenas multas ambientais. O motivo são os altos custos dos processos judiciais, que superam o valor de maior parte das penalidades.

O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, afirmou nesta terça-feira que a proposta é transformar todos os autos de infração com multa inferior a R$ 2.000 em advertências, sem cobrança.
Trennepohl está em audiência pública no Senado sobre o vazamento de óleo no campo de Frade, na bacia de Campos, operado pela Chevron. A petroleira americana pode ser punida em R$ 260 milhões pelo acidente.


Segundo ele, 95% das multas se enquadram nesse grupo. A revisão se baseia em estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que mostra gasto mínimo de R$ 4.379 na tramitação administrativa de um auto de infração.


Trennepohl afirmou que a medida não é uma "anistia", e sim uma solução para cortar gastos e ao acúmulo de processos administrativos do Ibama, que hoje são 115 mil. A proposta será levada nos próximos dias à presidente Dilma Rousseff.


FUNDO


Ele afirmou que existe a ideia de construir um fundo com parte do dinheiro das multas cobradas pelo Ibama para ser aplicado na mitigação de danos ambientais.


"Não existe seguro causado a meio ambiente, não temos. Queremos criar um fundo para garantir as ações mitigatórias aos danos ao meio ambiente. Isso evitaria a necessidade de se partir sempre para o Judiciário", afirmou.

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