Comparação com poluição de SP foi errada, diz órgão ambiental do RJ
Fonte: G1
Segundo Inea, estações de medição são diferentes.
Após a divulgação do relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontando que o nível de poluição atmosférica da Região Metropolitana do Rio de Janeiro é quase o dobro da registrada na Região Metropolitana de São Paulo, o diretor de informação e monitoramento ambiental do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Carlos Fonteneles, afirmou que houve erro da instituição na forma de comparar dados entre os dois aglomerados urbanos. O Inea é o órgão ambiental do estado do Rio de Janeiro.
Segundo o relatório da OMS, divulgado nesta segunda-feira, o ar da Região Metropolitana do Rio registrou em 2009 64 microgramas de material particulado por metro cúbico, e a Região Metropolitana de São Paulo, 38 microgramas por metro cúbico. O estudo abrangeu 1.100 cidades de 91 países.
De acordo com Fonteneles, a OMS utilizou informações sobre a poluição atmosférica do Grande Rio coletadas de estações de medição semiautomáticas, que registram os níveis por 24 horas a cada seis dias, e comparou com as de São Paulo, feitas a cada hora, ininterruptamente.
"A informação de que o nível estava em 64 microgramas por metro cúbico (enquanto o limite permitido pela organização mundial é de 20 microgramas por metro cúbico) não estava incorreta, mas foi coletada de equipamentos que já tinham um histórico de concentrar uma quantidade alta devido ao período de análise (intervalo de quase uma semana)", disse.
"A discrepância ocorreu porque comparou-se com máquinas automáticas, que coletam índices de emissão a cada hora, com volumes de concentração menores", explicou o diretor do Inea.
O estudo usou dados atmosféricos coletados pelo Inea e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), ligada ao governo paulista. A Cetesb preferiu não comentar o resultado, mas informou que não conhecia o critério usado pela Organização Mundial de Saúde.
Criação de políticas
Fonteneles disse ao Globo Natureza que o Rio de Janeiro vem estabelecendo desde 2009 políticas para redução das emissões atmosféricas, que melhorariam os índices de contaminação do ar. Está nos planos do Inea a implantação da inspeção veicular, que
Fonteneles disse ao Globo Natureza que o Rio de Janeiro vem estabelecendo desde 2009 políticas para redução das emissões atmosféricas, que melhorariam os índices de contaminação do ar. Está nos planos do Inea a implantação da inspeção veicular, que
"Já podemos citar que o nível de contaminação caiu em 2010. Dados prévios do relatório referente a 2010 mostram que das 11 estações automáticas, utilizadas na medição, apenas uma ficou com índice maior que 50 micrograma por metro cúbico (localizada em Nova Iguaçu). As demais ficaram entre os patamares de 20 e 30 microgramas por metro cúbico", afirmou.
O que diz MincA Secretaria do Ambiente do Rio de Janeiro divulgou um texto no qual nega que o ar do Rio seja mais poluído que o de São Paulo.
Leia a seguir o texto divulgado pela secretaria:"O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (26/9) que a Cidade do Rio de Janeiro não é mais poluída do que a Cidade de São Paulo, ao contrário do que foi apontado por relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo Minc, até 2009, o Inea (Instituto estadual do Ambiente) realizava a aferição de forma manual, o que levava cerca de seis horas para apresentar resultados. Somente em 2010, o órgão passou a adotar sistema automático, o mesmo usado em São Paulo. Com a mudança, os índices de poluição do Rio de Janeiro caíram para a metade do que era antes aferido, passando a ser menores do que os de São Paulo. “Os índices do Rio passaram de 64 microgramas de partículas inaladas (PIs), em 2009, para 32, em 2010”, disse.
Minc enfatizou que não estava contestando os dados utilizados pela OMS na pesquisa, de 2009, que foram inclusive encaminhados pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente). O que foi alvo da crítica do secretário foi a comparação com São Paulo, visto que a medição nas duas cidades fora feita por meio de metodologias diferentes, o que prejudicou a comparação.
Até 2009, ano base do levantamento do relatório da OMS, o Rio de Janeiro ainda usava aferição manual. Já São Paulo, a automática. Somente a partir de 2010, quando as duas metologias de medição se tornaram equivalentes, seria possível fazer uma comparação.
O secretário Carlos Minc reconheceu que ainda há muito o quê fazer para melhorar a qualidade do ar do Rio de Janeiro, mas afirmou que ações neste sentido vêm sendo implementadas pelos governos estadual e municipal. Ele citou alguns exemplos:
No caso da Prefeitura do Rio, os investimentos para a instalação dos corredores expressos (BRT) e a ampliação da rede de ciclovias. No caso dos transportes, citou também a expansão do metrô para a Barra pelo governo estadual.
Outra iniciativa importante, segundo ele, será a assinatura, em dez dias, do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre a Secretaria do Ambiente e a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Pelo TAC, a Reduc se compromete a investir R$ 1 bilhão em ações ambientais, o que reduzirá em 90% a emissão de poluentes na Baixada Fluminense.
Minc lembrou também que o governador Sérgio Cabral sancionou, hoje, o Decreto Clima, que diminuirá em 30% a poluição emitida por veículos. Além disso, uma parceria com o Detran retomará a fiscalização da lei das vistorias nos transportes."
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