Sociedade civil participa da 'agenda progressista' da Rio+20
Fonte: Folha.com


Diplomatas brasileiros e da ONU estão reunidos nesta sexta-feira no Palácio do Itamaraty, com cerca de 40 representantes brasileiros e estrangeiros de diferentes setores da sociedade civil em um encontro preparatório para a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), que acontece em junho do ano que vem.
O objetivo do encontro, que conta com a participação do coordenador-executivo da Rio+20, o francês Brice Lalonde, é recolher propostas para formular a posição que o Brasil levará à conferência.
Entre os setores representados na mesa de discussões estão ONGs, entidades de defesa do ambiente, sindicatos, empresariado, povos indígenas e membros da academia.
O negociador-chefe brasileiro da conferência, André Corrêa do Lago, diz acreditar que é possível tirar uma posição comum desses grupos tão díspares.
"É claro que alguns interessses às vezes não são convergentes. Mas essa discussão permite chegar a soluções que não sejam as ideais para certos grupos, mas que sejam aceitáveis para todos. Isso já é um grande progresso. Na Rio-92, a gente viu empresários avançarem propostas de irem além da legislação, fazerem ainda mais. A função do Brasil é levar a agenda mais progressista possível e obter os resultados possíveis. Mas não aceitar desde o começo que não precisamos ter propostas dinâmicas ou ousadas", afirmou ele à imprensa.
Nas palavras de abertura do encontro, o subsecretário de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, defendeu uma participação maior da sociedade civil na Rio+20 e disse que esse pode ser um grande diferencial em relação à primeira conferência do gênero sediada pelo Brasil, a Rio-92.
"Nos últimos 20 anos, muita coisa mudou em termos de diálogo do governo com a sociedade civil. Em 1992, os governos ainda tentavam se acostumar com essa ideia de que havia novos interlocutores e não sabia lidar com eles. Hoje, nossa ideia como governo e futura presidência da conferência é de ouvir muito. Queremos que a participação da sociedade civil seja central na conferência", disse.
Figueiredo afirmou que o sucesso da conferência dependerá dessa relação. "Hoje temos que criar cada vez mais mecanismos e canais de diálogo intenso para que todo conhecimento que existe na sociedade possa ser acolhido pelos governos. O êxito da conferência Rio+20 depende da fluidez desse diálogo."
A Rio+20 reunirá em junho do ano que vem representantes de governos e da sociedade civil de 192 países. Os principais temas de discussão da conferência são economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e estrutura institucional do desenvolvimento sustentável.
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