Mudanças climáticas afetam saúde mental, afirma estudo australiano

Fonte: G1

Trauma após eventos climáticos extremos pode durar anos.
Crianças são mais vulneráveis a possíveis desequilíbrios.


Estresse nos adultos, angústia nas crianças: as mudanças climáticas também podem afetar a saúde mental das pessoas, alerta um estudo publicado nesta segunda-feira (29) por um instituto de pesquisas australiano, para o qual este tema ainda é muito pouco estudado.
"Os danos causados pelas mudanças climáticas não são só físicos. O passado recente mostra que os eventos climáticos extremos trazem também sérios riscos para a saúde pública, inclusive a saúde mental e o bem-estar das comunidades", destacou este estudo, realizado pelo Instituto do Clima, uma entidade australiana.
Ao comparar fenômenos climáticos, como secas e inundações observados nos últimos anos em algumas regiões da Austrália, o estudo constata que "a comoção e o sofrimento provocados por um evento extremo pode persistir durante anos".
Uma parte significativa das comunidades atingidas por episódios como estes - uma pessoa em cada cinco - vai sofrer os efeitos do estresse, de danos emocionais e desespero, estimou o Instituto do Clima.
Segundo o organismo, o abuso de álcool pode ocorrer após eventos climáticos extremos e alguns estudos estabelecem inclusive um vínculo entre ondas de calor, secas e taxas de suicídio mais elevadas.
Crianças são mais vulneráveis
As crianças parecem particularmente vulneráveis à ansiedade e à insegurança geradas pela incapacidade dos adultos de lutar contra o desequilíbrio climático.
Embora haja vários estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas em termos econômicos, existe uma lacuna sobre as "consequências das mudanças climáticas para o bem-estar e a saúde humana", constatou Tony McMichael, professor de saúde pública da Universidade Nacional Australiana.
"Este é um ponto cego sério, limita nossa visão de futuros possíveis e da necessidade de uma ação eficaz e urgente", acrescentou, ao introduzir este estudo que, segundo ele, "vai nos ajudar a compreender a 'face humana' das mudanças climáticas".

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