Franceses detectam destruição recorde de ozônio no polo Norte

Fonte: EFE


A camada de ozônio no polo Norte sofre um nível sem precedentes de destruição por causa de excepcionais condições meteorológicas, informa nesta segunda-feira o CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês).


No final de março, a redução da camada que protege a Terra dos raios ultravioleta foi de 40%. O comunicado do CNRS diz ainda que registrou, em uma "zona extensa", um fenômeno nunca antes observado.

O motivo da degradação se encontra em "um inverno estratosférico muito frio e persistente" que resultou em uma "grande e prolongada" destruição de ozônio até a primavera".

INVERNO EXTREMO

A destruição da camada de ozônio está ligada à presença na atmosfera de diversos gases, emitidos pelos aerossóis.

A 80 graus abaixo de zero, esses gases se tornam nocivos para o ozônio, um fenômeno "recorrente" na Antártida, onde as temperaturas são "extremamente baixas" no inverno, mas menos comum no polo Norte, onde a temperatura é mais elevada e as condições meteorológicas mais variáveis.

"Nem sempre se reúnem as circunstâncias para que se produza uma grande diminuição do ozônio" nessa região, indica o CNRS, que assinala que "as condições meteorológicas extremas são responsáveis pelo recorde alcançado" neste ano.

Os cientistas franceses tratam agora de determinar o impacto que este fenômeno terá quando as massas de ar se deslocarem, decorrente do aumento da temperatura durante a primavera.

Os produtos de aerossóis, que emitem gases ricos em cloros e bromo, permanecem durante anos na atmosfera, por isso que os cientistas franceses não descartam que uma destruição da camada de ozônio similar à deste ano se repita se ocorrer novamente invernos excepcionalmente frios.

Segundo o último relatório de avaliação da camada de ozônio, este gás não recuperará seu nível de 1980 até o período 2045-2060 no polo Sul e uma ou duas décadas antes no Norte.

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