Decoada no Pantanal pode ser mais intensa este ano

Decoada no rio Negro no início deste ano. Foto: Rhobson T. Lima
A cheia deste ano no Pantanal mal começou e já provoca preocupação aos moradores das comunidades pantaneiras. O período de janeiro a fevereiro choveu mais do que previsto para região. Além da preocupação com as pontes da região que ameaçam cair, há também a questão da vazante das águas, ciclo natural da região, que ocorre anualmente através do pulso de inundação na planície pantaneira.
Porém, devido ao grande volume de chuvas em um único período, o fenômeno natural conhecido como decoada, que é a diminuição do oxigênio da água que provoca a mortandade de peixes, pode ser mais intenso, afetando a vida aquática e as famílias que vivem da atividade pesqueira na região.

Esta semana pescadores e isqueiros identificaram a decoada nos rios Taquari, Negro, Miranda e Abobral. Eliene Garcia, que trabalha como isqueira há mais de 15 anos na região do Porto da Manga, informa que grande parte das espécies que estão sofrendo com o fenômeno natural são as iscas.

“Navegando nesses rios pode-se encontrar muitas tuviras, pelo que estamos acompanhando essa espécie é a mais castigada pela decoada, uma pena ver isso! Mas sabemos que por outro lado a cheia no Pantanal é vida pra gente, a reprodução dos peixes vem com maior quantidade e qualidade. Temos que ver o lado positivo dessa situação,” ressaltou Eliene.

Segundo o Presidente da Associação dos Pescadores Artesanais de Iscas de Miranda (APAIM) Liezé Francisco Xavier, os isqueiros estão retornando para Miranda, porque não há como permanecer nos locais onde são coletadas as iscas.

“No início do ano tivemos uma grande surpresa da decoada na região do rio Negro, coisa que ninguém esperava. Na região do rio Miranda não foi chegou a ser tão forte como no rio Negro, mas da pra ver alguns peixes nobres boiando e muitas iscas”, disse o presidente da APAIM.

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