Programas ambientais na América Latina receberão aporte financeiro

A Corporação Andina de Fomento (CAF) ampliou para US$ 2,3 bilhões sua bolsa de crédito para programas ambientais destinados ao cuidado e recuperação da América Latina, informaram fontes do órgão à agência de notícias Efe nesta quarta-feira.

A soma "representa 23% do montante de créditos" da instituição, formada por 18 países da América Latina, do Caribe e da Europa, e por 14 bancos privados, disse o vice-presidente para Desenvolvimento Social e Ambiental da CAF, José Carrera, em fórum encerrado em Brasília.

Carrera aproveitou a ocasião para elogiar o Brasil. "Contra a tendência geral, o país transitou por um caminho diferente e alcançou conquistas importantes na redução da taxa anual de desmatamento, que caiu de 2,7 milhões de hectares, em 2004, para 740 mil hectares, em 2009".

O dirigente da CAF disse que o resultado é fruto de diversos programas aplicados pelo país, que por um lado permitem conhecer em tempo real o avanço do desmatamento, e por outro castigam de forma severa os responsáveis pela poda ilegal.

"O exemplo brasileiro é muito interessante, porque mostra à região que é possível conciliar o desenvolvimento com o cuidado e o respeito à natureza", indicou Carrera à Efe.

COOPERAÇÃO

O executivo da CAF informou ainda que o Brasil se ofereceu para cooperar com o resto da América Latina em planos similares, além de compartilhar as informações que obtém sobre a região amazônica através de seus sistemas de vigilância por satélite.

Carrera explicou que o organismo também desenvolveu o programa Geosur, uma rede de informação geográfica atualizada da América Latina, que ajuda no planejamento e desenvolvimento de ações de infraestrutura, além de outras relacionadas com o social e o meio ambiental.

"O enfoque da CAF é pragmático na busca de resultados", disse Carrera, que indicou que a visão do organismo em relação ao meio ambiente é "integral" e vincula a preservação aos avanços sociais e econômicos.

De acordo com o dirigente, é preciso entender que o progresso da região não supõe descuido na preservação do meio ambiente, já que os dois elementos podem estar associados, desde que sejam administrados da maneira correta.

Segundo dados das Nações Unidas apresentados no seminário, a superfície de florestas na Ásia Central aumentou 3,8 milhões de hectares entre 2000 e 2005, enquanto, no mesmo período, houve redução de 4,7 milhões de hectares na América Latina, o que representa "a mais alta taxa de desmatamento do mundo".

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